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Início - Diário - Décimo terceiro dia [27/08/2011]

 

Diário de bordo

Acompanhamento diário da Expedição.

Décimo terceiro dia [27/08/2011]

Postado por Alvaro Coutinho
Alvaro Coutinho
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em Ter, 30 Agosto 2011 em Diário

Desarmamos as barracas e retomamos a viagem logo após o desjejum de uma manhã bonita e ensolarada. Agora estamos sentindo toda a força de se aventurar onde poucos vão. É o sertão selvagem do Araguaia, onde quase não se vê gente, nem mesmo os indígenas temos visto nesse trecho da viagem. Após termos passado a aldeia Macaúba, vimos algumas construções na margem matogrossense, um ou outro pescador solitário, ribeirinho, nenhum turista ou viajante de cidade.

Na madrugada passada, Paladini disse ter visto vestígios raios à distância, no rumo norte, o que pode significar termos que enfrentar tempestades nos próximos dias. Isso preocupa um pouco, pois sabemos que as tempestades que marcam o final do "verão" podem ser bem perigosas, navegando ou não. Cuidados especiais deverão ser tomados em relação à amarração do barco, nos pousos noturnos.

Passamos pela ponta da ilha e barra com o Javaés exatamente às 09:05h. e um pouco mais a frente paramos para reabastecer o tanque de combustível do barco.

O Araguaia se mantém bastante largo e também muito assoreado, o que torna a navegação não raro complicada. Há momentos em que se torna difícil localizar com segurança o canal do rio. A vegetação é constituída de matas nas duas margens, tanto a paraense quanto a tocantinense. O clima se mantém estável, com dias bastantes quentes, de sol forte e céu em geral limpo. No período que vai das 10:30h. até mais ou menos 14:00h. é comum enfrentarmos vento forte e a condição conhecida como banzeiro, no rio. Hoje o rio está particularmente embanzeirado, com ondas que chegam a atingir mais de 80 centímetros.

Em torno das 12:30h. chegamos a um ponto em que o rio se divide em três braços. Ficamos em dúvida sobre qual deles tomar e resolvemos parar para fazer o almoço. O Olegário preparou uma excelente peixada, com a Corvina que nosso pescador-mor, o Paladini, capturara na noite anterior. Uma delícia.

Voltamos a navegar por volta de 13:40h., ainda pegando vento forte e boas vagas pela proa. Um pouco abaixo de onde paramos para almoçar, avistamos umas canoas em uma espécie de porto, e em uma delas uma pessoa. Encostamos e perguntamos sobre o rumo para Barreira do Campo, a localidade mais próxima. O caboclo nos orientou e ainda nos auxiliou marcando o rumo em nosso GPS, o que foi de grande valia. Mais ou menos em torno de 15:30 tivemos um ligeiro susto. O motor da canoa cortou de repente, e resistia aos esforços do piloto, que tentava fazê-lo pegar novamente. Ficamos algum tempo à deriva, no meio do banzeiro, enquanto .o Paladini e o piloteiro tentavam descobrir o que teria ocorrido. Aparentemente, tratava-se de um entupimento na mangueira de combustível, ou na mangueira interna, que leva combustível ao carburador. Uma vez desentupido, voltou a funcionar corretamente e tocamos em frente.

Já próximo às 16:00h. avistamos Barreira do Campo. Nossa preocupação maior era com o reabastecimento de gelo, que já desde a véspera estava bastante comprometido. Tinhamos a carne da tartaruga e alguns bons peixes na caixa e temíamos que se perdessem com o pouquíssimo gelo que ainda restava.

Abastecemos o gelo, compramos duas caixas de cerveja e deixamos Barreira do Campo, para acampar em uma praia extensa, logo abaixo da localidade. A hora já estava bem apertada para acharmos um lugar e montar as barracas para passar a noite.

Com as barracas prontas e acampamento ajeitado, saí em busca de um peixe, mas logo fui desanimado por algumas pessoas que estavam na ponta da praia onde paramos. Quando falei que achava estranho nehum peixe bater, me disseram que não adiantava tentar pescar, pois alguns barcos haviam passado rede de arrasto em toda extensão do canal que ficava fronteiro àquele ponto da areia. Parece que a pesca profissional "come solta" nesse ponto do Araguaia.

Voltei para nosso acampamento e nesse momento o Olegário argumentou que não estava com vontade de jantar e simplesmente me "escalou" cozinheiro da hora. Os demais - o piloteiro Tekuala e o Paladini, também disseram estar sem fome, mas mesmo assim não recusei o encargo. Passei a mão em um dos Pintados que Paladini havia pego na noite anterior, cortei-o em postas generosas e fiz uma peixada ao molho simples de limão e tomates. Claro que não chegava nem aos pés das soberbas preparações do Olegário, mas a verdade é que até este esqueceu que "não queria jantar" e limpou o prato, por duas vezes seguidas, muito embora houvesse questionado até se eu havia temperado direito o peixe... Não sobrou nem "pros cachorros", como se diz aqui no sertão!

 

Veja imagens relativas ao décimo terceiro dia da viagem.

 

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