Iniciamos o segundo dia da Expedição saindo do acampamento no Dumbá às 09:15h. com um dia que prometia ser ensolarado e quente. Ao longo do trecho que seguimos até Cocalinho, no Mato Grosso, continuamos observando as condições assoreadas do rio. Árvores enormes, jatobás e ipês em grande parte, tombados ou em vias de tombar, em ambas as margens.

Nesse trecho, nos deparamos com uma enorme rede de pesca, meio embolada, atestando a depredação desenfreada e impune.

Chegamos em Cocalinho por volta de 10:35h. onde nos reabastecemos de água potável, seguindo viagem logo em seguida. Nesse segundo dia ventou bastante, entre dez e quatorze horas, deixando o rio ligeiramente Ainda em Cocalinho, conversando com um morador local, antigo na comunidade - conhecido Sr.Zequinha - fundador do Sindicato dos Trabalhadores Rurais e Associação de Proteção do Meio Ambiente locais -, confirmamos mais uma vez a degradação constante por que vem passando o Araguaia. Menos peixe, maior dificuldade na navegação, desequilíbrio climático, mudanças no próprio curso do rio.

Almoçamos no Lago Rico, um pouco dentro de sua "boca", em uma minúscula areia onde uma Onça de bom porte, provavelmente Pintada, havia passado com três filhotes há bem pouco tempo. Os ratros impressos na areia molhada eram nítidos e frescos.

Lago famoso e muito extenso, já foi muito rico em peixes, bichos e tartarugas, provavelmente daí o nome. Atualmente, resta apenas a beleza. A areia era tanta que foi um tanto difícil a entrada e saída do lago. Assoreamento é a constante implacável.

Passamos a entrada do Lago da Saudade, eternizado pela bucólica lembrança de Couto de Magalhães, em sua famosa Viagem ao Araguaia e cruzamos a barra do rio do Peixe, no lugar conhecido por Ranchão da Viúva, a tarde já adiantada.

O sol já havia se recolhido quando atingimos o local de nosso segundo pernoite, a barreira do Landi. Tentamos atingir uma praia conhecida por nosso piloteiro, todavia, não encontramos um local favorável ao acampamento e tivemos que retornar rio acima, até uma grande extensão de areia, onde outrora o rio corria. Ali acampamos em nossa segunda noite no rio.

Nessa noite, após jantarmos, nossos companheiros argentinos, o Max e o Sergio, conseguiram pegar alguns peixes, inclusive duas pequenas Bargadas e uma Cachorra Facão, todas devolvidas vivas ao rio.

 

Veja imagens relativas ao segundo dia da viagem.